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ENERGIE – REVISTA EDIFÍCIOS E ENERGIA NOV/DEZ’17

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Dezembro / 2017

A portuguesa ENERGIE está a preparar o lançamento de um “produto revolucionário” para 2018.

Francisco Fernandes, diretor técnico da empresa da Póvoa do Varzim, releva à Edifícios e Energia os detalhes da novidade e traça o perfil da empresa que marcou a sua posição no mercado como a fabricante da “bomba de calor solar”.

A ENERGIE está a preparar o lançamento de um produto que diz “revolucionário”. De que se trata?
“É um passo que direciona ENERGIE para uma tipologia de mercado que até à data não existia. Estamos a falar do mercado dos apartamentos – o mercado vertical. A tecnologia termodinâmica estava claramente muito focada na moradia ou em aplicações industriais. Agora, vamos apostar na construção vertical dentro do sector residencial dos apartamentos comuns, com equipamentos para águas quentes sanitárias (AQS)”.

É um mercado diferente também em termos de canais de venda?
“As vendas serão feitas sempre através do instalador. Nós damos prioridade à rede de instaladores e aos profissionais do sector e não às grandes superfícies ou ao cliente directamente. Como fabricantes nacionais, percebemos o quanto custa a implantação de uma marca. A nossa trajectória será sempre feita através deste canal profissional. Até porque os nossos equipamentos têm sempre uma particularidade que é o factor instalação que obriga a que seja feito por pessoas acreditadas e qualificadas. Nesta gama da termodinâmica deverá naturalmente ser assim. Na aerotermia, temos soluções mais práticas e com menos componentes de instalação.”

Quais as grandes diferenças neste novo equipamento?
“Logo à partida, vem entrar num mercado que não estava explorado. E vai ao encontro das necessidades do cliente para as soluções de AQS, tendo sempre por base a alta eficiência e a poupança energética, sendo estas as principais características. Depois, vamos tentar integrar com as soluções construtivas que temos no mercado, nas fachadas ou coberturas cada vez mais difíceis ou limitadas.”

Trabalharam com arquitectos para isso? Como foi o desenvolvimento do produto?
“Normalmente, a criação de um produto dentro da Energie é feita com o recurso a conhecimento interno e alavancado pela procura do mercado quer seja nacional, quer não. É o que temos sempre feito: tentar encontrar a melhor solução combinando soluções já existentes ou não. Aqui, foi claramente dar resposta a uma necessidade através de um produto que já existia na aerotermia e com bombas de calor murais para esta tipologia, mas entendemos que a termodinâmica também poderia fazer esse caminho com algumas mais-valias. Este foi o conceito e a motivação.”

Esse trabalho tem sido feito através da vossa unidade de ID?
“Essa tem sido uma aposta muito grande da Energie, mas também temos procurado e realizado várias parcerias com laboratórios e entidades nacionais e internacionais.”

A vossa estratégia em termos de mercado para Portugal para 2018 vai passar mais pela termodinâmica?
“A Energie esteve e estará sempre associada à tecnologia termodinâmica e às suas soluções. Temos três novidades dentro desta gama. A gama para o vertical, um novo equipamento de alta performance de aquecimento central com tecnologia inverter e que irá dar uma resposta ao mercado e às tendências que o cliente nos exige e, depois, a aplicação industrial que será para continuar – soluções de água quente de grande volume em hotelaria, escolas, ginásios… sempre alimentada da prescrição dos arquitectos, projectistas, da engenharia.”

Qual a relação entre as duas soluções?
“A nossa aposta na aerotermia já nasceu há alguns anos para clientes franceses, italianos e assim sucessivamente. A aerotermia em Portugal, para a Energie, tem uma presença mais de fabricante, de player actuante ou comercializador. Enquanto branding e marca, queremos marcar a presença e dar a notoriedade de forma a mostrar ao mercado mundial o que fazemos mas passa muito pelo fabrico junto de empresas de distribuição mais capacitadas.”

Como sentiu este ano de 2017?
“É transversal que as coisas estão melhores, alavancadas pela construção, mas não alterámos muito a nossa forma de trabalhar. Sempre tivemos uma postura de crescimento sustentável e não queremos embarcar em grandes crescimentos. Degrau a degrau é o lema. Vamos ter resultados positivos. Os indicadores apontam para um crescimento acima dos 30% e que ultrapassa os objectivos iniciais. Queremos manter esta curva em 2018.”

A internacionalização tem sido uma grande aposta…
“Estamos em cerca de 40 países com presenças mais fortes nuns do que noutros. Estamos nos principais países europeus e participações noutros continentes.”

Estão presentes na Austrália e a Nova Caledónia, que são destinos poucos comuns.
“Temos feito um esforço enorme do ponto de vista da certificação, do reconhecimento, das dificuldades que conseguimos ultrapassar. Há muito proteccionismo em muitos mercados e cá não se verifica. Para estarmos presentes em França, temos de repetir os testes em laboratórios franceses com custos elevados e muito restritos. O mesmo acontece em Inglaterra e nalguns países asiáticos. É algo transversal a muitos países onde estamos. No mercado nacional, o que notamos é que não há fiscalização. Há legislação mas, mesmo sem usar a palavra proteccionismo, deveria, talvez, jogar-se com as mesmas condições.”

Como foi a vossa adaptação à questão da etiquetagem energética?
“Foi pacífico. Estávamos preparados. Pertencemos as comissões técnicas internacionais e a alguns grupos de trabalho. Foi algo que entendíamos como obrigatório e que, para além disso, seria um plus competitivo. Nós temos a etiqueta energética, mas alguns clientes dizem-nos que o mercado não está completamente alinhado com esta obrigação. Muitas vezes, estamos em concursos ou candidaturas em que alguns não têm e isso causa desmotivação. O que nos chega é que há uma ausência da informação. Não sabemos se alguma concorrência tem ou não a etiqueta. Não percebemos muito bem como é feita esta comparação. Neste momento, não há em Portugal uma preocupação ou exigência quanto à qualidade e origem dos produtos neste nosso sector e isso não é favorável. E temos tantas áreas em que damos o exemplo em termos de qualidade…”

Como se pode resolver o problema?
“Tem muito a ver com a nossa cultura. Espanha e Itália têm o mesmo tipo de situações em que se especificam os produtos com menos rigor do que aquilo que acontece, por exemplo, com o Norte da Europa, por exemplo. Aí, o proteccionismo é muito grande quanto à qualidade dos equipamentos que são instalados. Laboratórios, organismos públicos, universidades, todos trabalham nesse sentido.”

Têm algum concorrente directo na tecnologia dos painéis termodinâmicos?
“Não. Temos a patente há vários anos e sendo um produto tão expostos é normal que apareçam produtos semelhantes, mas que o próprio mercado vai filtrando.”

E no exterior?
“Também acontece e, sobretudo, em países com carência de tecnologia, mas tem corrido tudo de forma positiva, já somos conhecidos internacionalmente e respeitados. Não foi fácil, mas, na grande parte dos países, os nossos parceiros têm ajudado à divulgação desta nossa tecnologia.”

Como tem evoluído a empresa?
“Surgimos em 1981 inicialmente com outro segmento de mercado na base do solar termodinâmico. A maior unidade surgiu em 2007 e crescemos 3000m2 de cada vez. O nosso esforço em sermos mais competitivos e céleres passa por tentar encontrar novas competências ao nível do conhecimento e know-how, mas também junto dos nossos parceiros industriais cá e fora.”

É fácil trabalhar em rede em Portugal?
“Hoje, é bastante mais fácil. Até porque havia muito a mentalidade de fechar as portas e cada um trabalhar por si. Hoje, notamos que essa abertura já é uma realidade e que a indústria só tem a ganhar.”

Fazem formação?
“Temos várias áreas de formação em diferentes línguas porque temos pessoas de todos os continentes. Normalmente, há formação mensal mas depende daquilo que o cliente nos solicita.”

Quantas pessoas trabalham na Energie?
“Cerca de 50 pessoas e depois temos toda uma rede de pessoas e outros parceiros. Estamos a recrutar trabalhadores para a unidade de produção. Estamos com um crescimento sustentável com novos produtos, novas tecnologias e preparados para continuar a crescer. Estamos com novos projectos no fabrico das bombas de calor para alguns mercados nórdicos que estão a aumentar, o que nos está a obrigar a reestruturar a unidade.”

Quais as perspectivas para 2018?
“Um trabalho assente na acreditação, na inovação e na melhoria da eficiência de todos os nossos equipamentos.”

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